(2017)TENSÃO EM DUPLO SENTIDO
“Que tempo
são estes, em que temos que defender o óbvio?” Bertolt Brecht
Essa é uma frase que pode
definir “Corra” pelo ano em que foi lançado e por tudo que ele traz como
mensagem social. Jordan Peele em seu primeiro longa, já chegou chocando por
entregar uma obra de horror, que aborda com precisão o tema do racismo velado,
funcionando tanto como material de entretenimento, como de reflexão.
Além de criar tensão sem
apelar para os clichês do gênero, o filme apresenta o seu comentário social de
forma contextualizada e complementar. A narrativa é simples: Chris namora com
Rose e vai conhecer a família dela. Ele se encontra apreensivo por não saber
como a família da garota – que é toda branca – irá reagir ao fato dele ser
negro. Ao chegar, as coisas se mostram um tanto perturbadoras.
Além de prestigiar o gênero
do horror com cenas tensas e silêncios incômodos, “Corra” gera indignação e faz
bom uso de sua premissa. Em meio a diálogos casuais, o filme denuncia o
comportamento incoerente de quem se diz desconstruído sobre cor de pele e ainda
assim, é incapaz de tratar como semelhante.
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