(2019)
ÍNTIMO
Diferente do habitual frenesi dos
filmes históricos, recheados por lutas e reviravoltas de roteiro, The King
trabalha as relações interpessoais de seus personagens e o peso da coroa para
aquele que se encontra na difícil missão de sustenta-la.
Através de uma abordagem íntima, a
história mostra o processo de posse da coroa do Henrque V (Timothée
Chalamet), um jovem que não desejou o cargo e talvez, por esse motivo,
fosse tão adequado para tal. Vemos aqui um homem que busca se manter pacífico
em um ambiente cercado de interesses e manipulações. Para além do recorte
histórico, The King é um estudo de personagem onde o nosso protagonista lida
com o paradoxo de suportar uma extrema solidão enquanto é o centro das
atenções.
As cenas de combate são compostas
de belos planos-sequências, que com a ausência de trilha sonora expõem um nível
de realidade que muitas vezes abafa a romantização das conquistas históricas. O
questionamento dos personagens sobre as batalhas mostram o quanto as motivações
para uma guerra podem ser subjetivas, enquanto que toda a violência e o horror
são reais.
Através de diálogos inteligentes e íntimos,
o filme especula como conflitos nacionais podem ter implicações emocionais e até
que ponto a vaidade e a ganancia criam movimentos políticos disfarçados de
propósito social.
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