Os romances atuais envolvendo novas
configurações de relacionamento não são mais uma novidade. O diferencial de
Wanderlust é trazer essa proposta para um casal de meia idade em um contexto
familiar convincente.
Ao
perceberem sua vida sexual minguando, Joy (Toni Collete) e Alan (Steven
Mackintoshe) decidem abrir o casamento como uma tentativa de salvá-lo. Apesar
da proposta se instalar de maneira conflituosa, a novidade e o mistério enfeita
a dinâmica conjugal em uma crescente de cumplicidade e interesse mútuo.
Wanderlust
não se limita a explorar vastas experiências de relacionamentos, mas a fazer um
estudo do efeito que cada envolvimento gera, tanto para o casal central, como
para “terceiros”. Da mesma forma, a série acerta ao estabelecer o seguinte
paradoxo na dinâmica dos protagonistas: encontrar-se com diferentes pessoas e
se reencontrar enquanto casal. Duas situações aparentemente opostas onde uma
contribui para o acontecimento da outra.
Em apenas seis episódios, histórias
que compõem a vida de Joy e Alan são contadas com de forma direta e profunda.
Cada personagem tem o seu momento e temas aparentemente divergentes, como luto
e auto aceitação, se conectam à trama central.
A atuação da Toni Collete (Joy) é a
força motriz da série, e com seu carisma entrega uma personagem que passeia
entre o melancólico e o despojado com uma interpretação muito humana.
Wanderlust é rica em forma e
conteúdo, pois conta uma boa história através de uma bela fotografia embalada
por diferentes gêneros musicais na trilha, que vão desde R&B até rock
indie, preenchendo os “vazios” contemplativos.
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