(2019)
UM FILME IMERSIVO
Dirigido e roteirizado por Sam Mendes, mesmo diretor de
“Beleza Americana” e “Foi Apenas um Sonho”, o longa conta uma história de dois
soldados americanos, que durante a primeira guerra mundial, precisam atravessar
o território inimigo para entregar uma mensagem, que pode salvar 1.600 vidas.
Com uma edição apurada, o filme aparenta ser rodado em
dois planos-sequência, onde a “falta” de cortes sustenta uma tensão contínua.
Vale destacar o trabalho de fotografia do Roger Deakins, que com uma edição nos
limitando a enxergar na mesma perspectiva dos protagonistas, ressalta a
sensação de risco e exposição, ao invés da violência de entretenimento já tão
explorada em filmes do gênero.
“1917” é um retrato íntimo da guerra que apresenta a
inospitalidade do ambiente, ao expor com proximidade visual e sonora os
cadáveres, a lama, as ruínas, o frio, a fome, a exaustão e a experiência
escatológica que compõe a guerra.
George Mckay (Scot) e Dean-Charles Chapman (Blake), estão
bem nos papéis convencendo na expressão de trabalho em equipe, companheirismo e
tensão controlada. É notável a importância crescente que a missão vai tomando
para os protagonistas ao longo do filme, no entanto, vale pontuar que o destaque
ao cumprimento da missão se sobrepõe ao gesto de poupar 1.600 vidas.
O diretor afirmou ter baseado sua obra nos relatos de
guerra que o seu avô, Alfred Mendes, fazia em sua infância. "Essa
história, ou esse fragmento, permaneceu comigo e obviamente eu a ampliei e fiz
mudanças enormes, mas a essência é a mesma", relembra o diretor. O
resultado é uma experiência imersiva digna das telonas.
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